Essa tática usada para fisgar os salmões pode ser útil em outras pescarias no Brasil
Por Pepe Mélega
O termo backtroller não é tão conhecido, mas com certeza é a forma de corrico mais usada para pescar os salmões.
Muitos guias usam essa técnica em rios de corredeira forte para explorar pontos promissores.
A primeira vez que tive contato com a tática foi em dezembro de 2010 por meio do guia de origem americana Jon Peterson, que durante os meses de dezembro a março atua no Rio Puelo, junto ao Andes Lodge no Chile.
Jon tem experiência de pesca no Estados do Alasca e Oregon e introduziu a modalidade na região chilena.
A intenção é provocar o peixe por irritação ou invasão de território nos pontos de concentração onde a espécie está, fato que geralmente acontece quando os peixes sobem o rio, caso do salmão e truta.
Como é a técnica
Depois de chegar ao ponto, desliga-se o motor principal. Em seguida, entra em ação um segundo motor, só que de baixa potência – o comum é um 15 HP.
A ideia é o barco no mesmo local e movimentá-lo de forma paralela ao ponto de pesca, aumentando a área de ação da isca e ajudando a permanecer por mais tempo no ponto propício ao ataque.
Nessa ação deixamos a isca seguir a corrente por uns 20 a 25 metros e a seguramos para, com a força da corrente, realizar o trabalho no ponto desejado ou se movimentando paralelamente dentro do poço, onde o peixe está descansando para mais uma subida.
Esa deve ser uma ação repetida, que vai provocar, pressionar o predador a atacar.
Por que essa técnica faz sucesso?
O motivo é que, quando a espécie entra no rio para subir ao destino de desova e fecundação, ele não se alimenta mais até cumprir sua missão.
O predador não vai atacar a sua isca para se alimentar. Mas, ao provocá-lo por invasão ou até mesmo irritação, com o barulho criado pelo rattling da isca, ele ataca para eliminar o intruso ou o incômodo.
O mesmo pode ser feito desembarcado se houver condições de permanecer num ponto para atingir o local promissor. Porém estaremos mais limitados a “varredura” do ponto, diminuindo a chance de ataque, mas o efeito é o mesmo.
Essa técnica poderá ser aplicada para outras espécies com hábitos semelhantes, como o dourado.