Esporte traz história de disciplina própria, motivo de muito orgulho para quem o pratica

O airsoft, também chamado de softair, é um esporte de simulação militar moderno que permite aos jogadores competir individualmente ou em equipes em versões seguras de combate, utilizando armas de pressão que disparam bolinhas de plástico. A prática foi um dos destaques do Pesca & Cia Trade Show, a maior feira de pesca, náutica, tiro esportivo e outdoor do Brasil.

A modalidade vem ganhando muita força no mercado nacional e internacional, inclusive com a possibilidade da criação de um campeonato próprio da modalidade na próxima edição da feira, que será entre os dias 23 a 25 de março de 2023.

“O Airsoft vem crescendo bastante, está cada vez mais popular, tem bem mais lojas licenciadas atualmente. A modalidade explodiu depois do surgimento dos estandes de tiro e está passando por uma renovação muito grande, com vários novos adeptos do esporte. É bem legal participar dessa reformulação que está acontecendo”, conta Cadu Dib, praticante da modalidade há mais de 15 anos e que possui dois campos para a prática da modalidade: o SP War Zone e a Arena Speed Soft.

SOBRE O JOGO

Os competidores participam de operações em ambientes fechados ou ao ar livre. Geralmente essas áreas também comportam uma grande região, assim como os campos de batalhas reais. Não é necessário ser militar para poder praticar, embora seja um esporte regulamentado pelo Exército Brasileiro, mas é necessário ter 18 anos ou mais.

A honestidade é uma característica essencial dos participantes, pois a munição utilizada não marca a área que foi atingida. Por isso, é responsabilidade do participante dizer “morto!” em voz alta quando for atingido em alguma parte do corpo. Além disso, é necessário levantar os braços e colocar um pano vermelho na cabeça, chamado de ‘trapo’.

Em algumas partidas, os jogadores atingidos podem se mover para a área de ‘respawn’, com o pano vermelho, depois de se declararem “mortos”. Nesses casos, o jogador pode retornar ao jogo após um determinado período de tempo. Se as regras pré-definidas do jogo permitirem o uso de bandagens, o jogador que gritar “morto!” pode chamar o “médico”. O outro jogador pode curar a vítima e colocar uma faixa branca em um de seus braços, permitindo que ele retorne ao jogo imediatamente.

ARMAS DE AIRSOFT

As armas de Airsoft são réplicas de armas de fogo reais, como pistolas, rifles, submetralhadoras, shotguns e snipers. A ponta laranja é exigida em todos os equipamentos para a identificação, de acordo com a regulamentação brasileira.

Os modelos de armas elétricas (AEG) são as mais comuns no mercado e dependem de uma bateria elétrica para funcionar. Considerada a arma padrão dos jogadores de Airsoft, ela pode ser automática ou semiautomática.

Já as armas com propulsão a gás (GBB) funcionam à base de dióxido de carbono e, por terem um acionamento bem responsivo e recuo similar a uma arma de fogo, é o tipo de arma que apresenta maior realismo.

As munições dessas armas são bolinhas de plástico, projéteis de 6mm ou 8mm também chamados de BB’s (Ball Bearing). Embora não tenha poder letal, o disparo é potente e pode machucar. Por isso, é necessário investir nos equipamentos de segurança: colete, capacete e óculos de proteção – lembrando que esta é uma recomendação obrigatória para a prática do esporte no Brasil para evitar acidentes.

DICAS E ESTRATÉGIAS

Uma estratégia militar primordial é o reconhecimento de terreno. É necessário fazer um estudo completo do local do jogo e ficar atento aos detalhes, como diferentes ângulos de visão, possíveis obstáculos, áreas abertas e esconderijos. A ideia é não perder muito tempo e pensar em múltiplas possibilidades de ataque e estratégias.

Além disso, a comunicação sem chamar atenção da equipe adversária é essencial. Uma forma bem popular é por meio de transmissão de rádio, sendo necessário procurar um local sigiloso. Outra maneira excelente é por meio de gestos e sinais. É rápido, prático e silencioso.

Depois de reconhecer o terreno e combinar as comunicações, para obter mais chances de vitória é necessário investir em várias movimentações diferentes durante a partida. Para adentrar no território do oponente, os membros da equipe podem ficar posicionados em quatro pontas, como o formato de um diamante, com uma distância de 3 a 5 metros para evitar emboscadas.

Se for necessário adentrar uma área mais aberta, pode ser interessante usar uma formação em “W”, no qual os líderes ficam no centro e os demais se espalham por colunas no local. O objetivo é ficar bem dispersa e espalhada.