Peixe de aquário invade e ganha ‘liberdade’ no Rio Tietê

Astronotus ocellatus é uma espécie do Norte, mas que se adaptou em São Paulo

A região de Borborema, no interior de São Paulo, tem ficado rica na presença de oscar ou apaiari, alguns dos nomes dados à espécie Astronotus ocellatus. Os peixes dessa espécie são conhecidos popularmente como os “peixes de aquário”. 

Eles também costumam ser usados como alimentação, afinal, não correm risco de extinção, normalmente são pretos, com manchas alaranjadas. A espécie pode chegar aos 45 cm e pesar cerca de 1,6 kg. Eles pertencem à família Cichlidae, a mesma dos tucunarés. 

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“A espécie é muito esportiva e gosta de ambientes com galhos, paus, com bastante estrutura. É um peixe muito voraz, bom de briga. Muitos pescadores não conhecem a espécie e se impressionam com a força do peixe, quando fisgam pela primeira vez”, explica Francisco Aparecido Dias, um guia de pesca da região, ao G1. 

“Chiquinho”, como também é conhecido,  leva turistas para pescar tucunaré no rio Tietê mas costuma ser surpreendido com os hábitos um tanto quanto silvestres do animal. Apesar disso, ele tem boa adaptação aos aquários e costuma ser fiel a quem lhe alimenta. 

“São espécies bem esportivas e as duas têm cuidado parental, ou seja, cuidam da prole. Se eles tiverem com o ninho vão atacar mais forte. Isso depende muito do período do ano e do porte do animal”, comentou o pesquisador Jean Vitule, da Universidade Federal do Paraná. 

O oscar é um peixe originário da região Norte do Brasil, mas com fácil adaptação a outros ambientes, um espírito “invasor”. Imagina-se que ele chegou ao Tietê por meio da atividade humana. 

“Usando protocolos globais de avaliações de exóticos, constatamos nas análises de risco de invasão que o oscar sempre está em alto nível. Ele e o tucunaré são de alto risco. A espécie já invadiu a bacia do Alto Paraná, como um todo”, completou Vitule. 

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