Maior apreensão de barbatanas no mundo feita em SC revela morte de 10 mil tubarões

Ibama diz ser a maior apreensão do mundo; empresa catarinense foi autuada nesta segunda-feira (19)

O estado de Santa Catarina se tornou na última segunda-feira (19) o cenário da maior apreensão de barbatanas já registrada, de acordo com o Ibama. Uma empresa de Itajaí planejava exportar 27,6 toneladas para a Ásia, enquanto outra companhia foi impedida de enviar 1,1 tonelada no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Esses flagrantes resultaram na apreensão de mais de 10 mil tubarões, incluindo uma espécie ameaçada de extinção, conforme estimado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.

Embora as 28,7 toneladas tenham sido apreendidas na semana passada, a empresa de Itajaí foi oficialmente autuada nesta segunda-feira (19). As barbatanas pertencem a duas espécies: tubarão-azul (Prionace glauca) e tubarão-anequim, também conhecido como mako (Isurus oxyrinchus), que entrou recentemente para a lista de ameaçadas de extinção.

A pesca direcionada de tubarões não é permitida no Brasil. Segundo o Ibama, os barcos utilizavam licenças para outras espécies de peixe e operavam com índices de carga acima de 80%, excedendo os limites permitidos.

No mercado internacional, o quilo das barbatanas desses tubarões é estimado em 100 dólares, o que as torna alvo comum na Ásia para uso gastronômico e até mesmo na fabricação de cápsulas de cartilagem.

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O Ibama considera a operação, batizada de Makaira, como a maior já realizada em origem no mundo. Os animais eram capturados em várias áreas do litoral brasileiro, especialmente na região Sul. A ação resultou na morte de pelo menos 4,4 mil tubarões-azuis e 5,6 mil anequins, causando um impacto ambiental considerável, destacou o órgão de proteção.

Segundo a investigação do Ibama, os pescadores utilizavam o espinhel, uma linha com múltiplos anzóis usada para a captura de tubarões, o que está em desacordo com a legislação vigente.

“Além disso, as embarcações deixaram de adotar medidas obrigatórias para evitar a captura e a morte de aves marinhas, resultando em milhares de mortes, incluindo algumas espécies ameaçadas de extinção”, acrescentou o Ibama.

Essa prática tem causado uma drástica diminuição nas populações de tubarões em todo o mundo, ressaltou o instituto.

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