Esse acessório sempre gera muitas dúvidas. Saiba mais sobre o uso dessa peça fundamental em algumas pescarias, quando e como utilizar
Por Alex Koike
O uso do cabo de aço sempre gera dúvidas. Utilizar e diminuir a quantidade de ataques à sua isca ou não empregar este recurso e correr o risco de perder o troféu da pescaria?
Essas perguntas sempre criam uma grande indecisão. Mas, o que a gente pode afirmar é: se for necessário, utilize sempre o menor tamanho possível.
É possível contornar o uso do cabo com anzois maiores ou de haste mais longas, como na pescaria da traíra com iscas soft ou da piapara com isca natural.
Mas em muitas outras isso não é possível. Então, veja o que fazer quando a utilização dele é inevitável.
O que temos por aqui
No mercado encontramos com facilidade três tipos de cabos: o flexível, que é trançado e revestido, o de aço rígido e o mole.
O mais usado é o flexível, que é composto por vários fios e em seguida podem estar encapados ou não com náilon.
Sua montagem é simples, podendo ser feita com luvas ou por meio de nós. Por serem maleáveis, são interessantes de serem utilizados com as iscas vivas.
Essa flexibilidade ajuda a prender certas iscas, como as tuviras, em que o anzol entra pela boca, saí pela guelra e termina preso ao corpo. Se estivesse usando um aço duro, seria mais difícil de prender.
Em casos mais extremos, como por exemplo, a pesca de tubarão – que possuem capacidade de detectar correntes elétricas na água, a melhor opção é o aço revestido.
No caso das iscas artificiais, o cabo flexível pode ser usado com as luvas ou preso com o nó. Basta amarrar o líder diretamente nele com um albright e prender o snap com o nó do oito.
Porém, um dos problemas desse material é descascar ou ficar retorcido quando capturamos um bom peixe e isso tende a alterar o nado da isca num trabalho futuro.
Já o aço com o aço rígido, esse problema acontece com menor frequência, o que é uma vantagem.
Juninho explica que o arame rígido fica sempre reto, diferente do flexível. Por ele ser maleável, a isca costuma girar na corrente e com isso, a piapara não ataca.
Já o editor técnico Tuba, utiliza este tipo de aço no corrico porque não cria as vibrações que o cabo de aço faz quando a artificial é rebocada.
Tudo isso pode parecer exagero, mas faz bastante diferença com peixes como sororocas, cavalas e atuns.
A desvantagem do aço rígido é a dificuldade de fazê-lo voltar a ficar reto. Outro empecilho do aço é a montagem do empate, nem todos possuem habilidade para confeccionar.
Mais algumas opções
Existem outros que são difíceis de serem encontrado no Brasil, como o Surflon da American Fish Wire – que é mais maleável que o aço cabo de aço que temos aqui.
Da mesma marca são feitos os líderes de titânio, que são produzidos com a mistura especial de fio de liga de titânio para fornecer uma resistência tremenda.
Ainda existem os cabos Premium da Malin, que contém um teor maior de níquel para tornar o material mais flexível, além de ter uma proteção maior contra corrosão.
Fique atento
Os fabricantes costumam oferece dois acabamentos: um seria “natural” em que aparece a cor do metal e outro com encapado com plástico escuro.
Essa segunda opção é a escolha de muitos pescadores por ela ser mais discreta.
A primeira opção pode refletir a luz sol e um peixe mais manhoso pode desistir de atacar a isca.
Para evitar esse problema, pode-se pintar o cabo usando caneta com tinta insolúvel em água ou tirar o brilho excessivo com um pano ou um palha de aço.
E as ferramentas?
Para trabalhar com o cabo de aço empregue um ao menos dois tipos de alicates: o de bico e de corte diagonal, sendo que o segundo modelo deve ser de boa qualidade, pois podem perder o corte facilmente.
Para empates mais robustos, Tuba utiliza um alicate específico para crimpar luvas de cobre.
Para trabalhar o aço duro, é recomendável ter também um alicate de bico redondo, que vai ajudar a dar forma ao empate.